PDT pede ao TSE nova eleição de primeiro turno sem Jair Bolsonaro
Partido se baseia em reportagem segundo a qual apoiadores de Bolsonaro contrataram disparo de mensagens em massa contra o PT. Candidato diz que não controla apoiadores.
"Verifica-se cristalino o desequilíbrio causado nas eleições presidenciais, razão pela qual faz-se imperiosa a aplicação da legislação eleitoral de modo a anular os votos recebidos pela chapa do Sr. Jair Bolsonaro e seu vice, Hamilton Mourão e, consequentemente, sejam convocadas novas eleições para os cargos majoritários da federação brasileira", diz o PDT. (FOTO: GAZETA DO POVO)
O PDT pediu nesta sexta-feira
(18) ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a convocação de uma nova eleição de
primeiro turno sem o candidato do PSL, Jair Bolsonaro. No primeiro turno,
realizado no último dia 7, o candidato do PDT, Ciro Gomes, recebeu 13,3 milhões
de votos (12,4%) e ficou em terceiro lugar, atrás de Bolsonaro (46,03%) e de
Fernando Haddad, do PT (29,28%).
Na ação apresenta ao TSE nesta
sexta, o PDT se baseia em reportagem da "Folha de S.Paulo" segundo a
qual empresários que apoiam Bolsonaro contrataram serviços para envio em massa
de mensagens contra o PT por meio do WhatsApp. Essa prática, em tese, pode ser
ilegal, caso seja considerada pela Justiça doação de campanha feita por
empresas. Desde 2015, empresas estão proibidas de fazer doação eleitoral.
Segundo a "Folha", as
empresas apoiadoras de Bolsonaro compram um serviço chamado "disparo em
massa" usando a base de usuários do candidato do PSL ou bases vendidas por
agências de estratégia digital. O uso de bases de terceiros pode ser
considerado ilegal, já que a lei permite apenas o uso de listas de apoiadores
do próprio candidato (nos casos de números cedidos de forma voluntária).
O pedido do PDT
O pedido do PDT se baseia no
artigo 222 do Código Eleitoral, segundo o qual é anulável a votação quando
"viciada de falsidade, fraude, coação, uso de meios de que trata o art.
237, ou emprego de processo de propaganda ou captação de sufrágios vedado por
lei".
O artigo 237, por sua vez, diz
que "a interferência do poder econômico e o desvio ou abuso do poder de
autoridade, em desfavor da liberdade do voto, serão coibidos e punidos". Mais
cedo, nesta sexta, o TSE deu prosseguimento a uma ação do PT cujo objetivo é
tornar Bolsonaro inelegível pelos próximos 8 anos.

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