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Mostrando postagens de abril, 2010

O Feijão

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Um homem tinha verdadeira paixão por feijão, mas ele lhe provocava  muitos gases, criando situações embaraçosas. Um dia ele conheceu uma garota e se apaixonou. Mas pensou: "Ela nunca vai se casar comigo se eu continuar desse jeito.." Então fez um sacrifí­cio enorme e deixou de comer feijão. Pouco depois os dois se casaram. Passados alguns meses, quando ele voltava para casa, seu carro quebrou. Ele telefonou para a esposa e avisou que ia chegar mais tarde, pois voltaria a pé. No caminho de volta para casa, passou por um restaurante e o aroma maravilhoso do feijão lhe atingiu em cheio. Como ainda estava distante de casa, pensou que qualquer efeito negativo passaria antes de chegar. Então entrou e comeu três pratos fundos de feijão. Durante todo o caminho, foi para casa peidando, feliz da vida. E quando chegou já se sentia bem melhor. A esposa o encontrou na porta e parecia bastante excitada.. Ela disse: "Querido, o jantar hoje é uma surpresa." Então

Com a palavra, Carlinhos!

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  "O amor é grande e cabe nesta janela sobre o mar. O mar é grande e cabe na cama e no colchão de amar. O amor é grande e cabe no breve espaço de beijar." Carlos Drummond de Andrade

O Piromaníaco

Esta me foi contada, e a pessoa jura por Deus, apesar de se confessar atéia, que aconteceu mesmo! O fato se deu lá pelos meados da década de setenta numa cidade do leste catarinense. As ruas ainda não conheciam o asfalto, quando muito o liso paralelepípedo que em dias de chuva fazia a festa dos ortopedistas, e de violência só se sabia daquelas que se perpetravam na calma do lar, do marido bêbado contra a esposa subserviente. A cidade se orgulhava de ostentar o título de "Vale Europeu", e bradava aos quatro cantos que saíra publicada nas páginas das "Seleções", aquela revistinha que moldava nossos padrões à luz do refugo yankee. Matéria paga, certamente, mas suficiente para fazer morrer de insana inveja os municípios vizinhos. Pois bem, foi neste cenário quase que bucólico, de pudicícia até, cujas cozinhas recendiam a pão caseiro assado no forno à lenha, que o aqui narrado aconteceu. Os dois jovens eram primos de sangue e, desocupados como eram, viviam a azucri

Carícia

O peito dói, como sempre. Talvez o frio nesta noite e o vento que vem do mar. A Lua beijando a água, beijo salgado. Estes clichês! Tão difícil evitá-los. Mas o peito dói, pulmões ou coração? Tão novo, coração? “Os poetas sofrem dos pulmões pois respiram muita vida, e são tão parcos seus peitos!” – frase preferida do seu personagem. Este personagem que lhe toma o corpo, a alma, que lhe rouba a personalidade. A quem cumprimentam? A ele ou ao personagem? De quem são estes olhos? Estas mãos? Estas pernas? De quem é este sexo e esta língua? Ah... E o vento, o vento do mar, do sul, suspiro final do inverno. Logo, a primavera, as flores, a cerveja... e a solidão! Pois se sente tão só sempre, inda mais quando há calor. Sabe que no inverno as carências são maiores, os abraços mais necessários, a poesia mais quente. Esperará novamente o outono e o inverno, esperará... Sempre esperando, e as coisas acontecendo. Esperar de espera mesmo, não de esperança. Esperança é conhecer o que se espera e ele

O Autor

Ouvir o som da música, desta sinfonia de um Mozart mítico, é conhecer o infinito! A sinfonia repetindo-se incessantemente, desnudando-se para o laser que a lê; e o corpo em repouso, ora oprimido, ora liberto na "insustentável leveza do ser", tem seu íntimo embalado nas notas escritas pela perícia de incógnitos músicos que inscrevem seus textos no ar. A música, desalentado espírito repousado no sofá, é ópio para a ausência dos lábios que me despertaram (e me deixaram também!), para a lembrança do corpo quente que ainda sinto em mim, tocando-me, cingindo-me. A música é este corpo que procuro: e me deixo enlaçar. Um manto, um oceano, é "Nut" que me abraça, mortal abraço do qual não me desvencilho mais, e me quedo, estático, aos olhos dos que sempre me viram, para nascer, novo - apesar de mesmo - , incorpóreo, em essência. XX Na tela os traços de um olhar refletido na paisagem. Mãos leves manejam habilmente o duro pincel. É uma deusa concedendo a vida. Imóvel, obser

A Voz Sem Som

I Em meio à névoa, uma imagem, impressionista, dissolúvel nos gases que a envolvem; uma imagem de mulher. Dos delicados contornos percebo apenas as tênues formas, que se movem, aproximam-se, afastam-se, iludem meu olhar. Talvez uma divindade, talvez um delírio, mas certamente um corpo sem face. Mergulhado no líquido viscoso da transpiração, desperto na polução noturna. A imagem some. Um sonho! Levanto-me: o banho, a água morna, a toalha felpuda, e sequer uma lembrança — um corpo sem rosto! II Convulsões impelem meu corpo contra a cama, e o corpo da mulher pulsa estranhamente no infinito do espaço do inconsciente. Mas o brilho muito intenso faz com que suma a névoa, o pulsar, a imagem. Meu corpo jaz apenas estático sobre o colchão. O caótico quadro embrulhado em gases e angústias é agora substituído por uma arcádia. Vejo um enorme gramado plano, verde, e um profundo céu azul, sem nuvens, e só! Ao longe percebo um homem que caminha, lento, sonambúlico, sobre o verde prado. Vislum

Morreu de Unha!

- Morreu de quê? - De unha, o coitado! - Morreu de unha? - Moço, é surdo, é? Já não falei que morreu de unha? Por que tanta insistência? Era parente do falecido? Acostumara-se a ver as procissões fúnebres, vizinho que era do cemitério. Gostava até! Era seu passatempo preferido adivinhar a importância do falecido pela quantidade de pessoas que acompanhavam o féretro, mas dificilmente descia até as sepulturas. Olhava da janela do quarto mesmo. Se naquele dia descera, foi porque ficou intrigado com os turbantes e com o colorido das roupas que mesclavam tons de alaranjado, branco e azul. As mulheres de olhos profundos e os homens de rostos hirsutos. Não eram brasileiros. - Desculpe, não quis incomodar. Só fiquei intrigado. Pessoa tão boa, não é mesmo, como foi morrer de unha? Não dá para entender! - E na lua-de-mel! Tão feliz, o coitado! Meses e meses planejando a viagem com a noiva, o desejo de conhecer o Brasil, para morrer assim, de unha! Se tivesse ficado na Índia, pelo menos p

Manchetes que foram lidas ontem:

"Casal Nardoni é solto temporariamente" "Político flagrado no mensalão é condenado" "Trânsito em SP é o menor dos últimos 5 anos" "Índice de acidentes nas estradas brasileiras chega a zero" Eu sei... 1 de abril foi ontem...