A sexta-feira 13 não me aterroriza. Talvez, por que muitas outras coisas me apavoram terrivelmente, com ou sem sexta-feira, com ou sem dia 13. Sexta-feira 13, pra mim, não é filme que a gente arrepia antes da cena. Sexta-feira 13 é o que vejo pelo mundo em que transito, e pelo mundo que transita longe de mim. Sexta-feira 13 mesmo é a banalização da vida – que pode ser interrompida nas guerras entre nações, ou nas guerras particulares, numa briga de bar, num shopping, no trânsito cotidiano, numa esquina qualquer, ou em casa de família mesmo. Sexta-feira 13, pra mim, é gente (ainda) sofrendo fome, frio, e até morrendo, por falta de alimentação e agasalho, em vergonhoso estado de desamparo, diante dos olhares indiferentes. Sexta-feira 13, pra mim, são os sentimentos negativos que nós todos, seres humanos, nutrimos: desrespeito, orgulho, inveja, ciúme, vingança, ingratidão, raiva beirando ao ódio. Também, pra mim, sexta-feira 13 é má interpretação, fofoca, manipulação de seres