Partido de Ciro diz que vai pedir nulidade das eleições após denúncia de caixa 2
Movimentação dos partidos ocorre após denúncia de que a campanha do candidato Jair Bolsonaro (PSL) usou práticas ilícitas no uso de redes sociais
O presidente do PDT, Carlos Lupi,
afirmou nesta quinta-feira (18) que o partido prepara uma ação para pedir à
Justiça Eleitoral a anulação das eleições deste ano após as denúncias de
práticas ilícitas no uso de redes sociais por parte da campanha do candidato do
PSL, Jair Bolsonaro. O mesmo fato motivou uma nota na qual o PT cobra um
posicionamento do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sobre o caso.
"É uma ação coordenada para
influir no processo eleitoral, que não pode ser ignorada pela Justiça Eleitoral
nem ficar impune", diz a nota assinada pela Executiva do PT.
Adversário de Bolsonaro no
segundo turno da disputa pelo Planalto, Fernando Haddad, acusou o adversário de
criar uma "organização criminosa com empresários que, mediante caixa dois,
dinheiro sujo, estão patrocinando mensagens mentirosas no WhatsApp”.
O PDT, que teve o candidato Ciro
Gomes em terceiro lugar no primeiro turno da disputa pelo Palácio do Planalto,
ainda estuda a forma e o conteúdo da peça a ser apresentada ao TSE. “Estamos
preparando uma ação. Ainda não está pronta, o jurídico está examinando o termo
exato e por isso ainda não soltei”, disse Lupi.
O caso
Uma reportagem do jornal Folha de
S.Paulo divulgada nesta quinta-feira apontou práticas ilícitas no uso de redes
sociais por parte da campanha de Bolsonaro. De acordo com a publicação,
empresários têm bancado a compra de distribuição de mensagens contra o PT e a
favor de Bolsonaro por WhatsApp, em uma prática que se chama pacote de disparos
em massa de mensagens, e estariam preparando uma operação para a próxima
semana, antes do segundo turno.
A campanha de Bolsonaro não se
manifestou de imediato sobre as denúncias, mas um dos filhos do presidenciável
disse em mensagem no Twitter que o jornal e o PT contam meias-verdades ou
mentiras descontextualizadas. “Vão perder a boquinha que o partido mais
corrupto do Brasil bancou ao longo de seu tempo no poder!”, escreveu o vereador
Carlos Bolsonaro.
A prática é ilegal, pois se trata de doação de
campanha por empresa, prática vedada pela legislação eleitoral, além de não ser
declarada. Segundo a Folha, cada contrato chega a R$ 12 milhões.
No Twitter, após a denúncia, o candidato Jair
Bolsonaro (PSL), fez ataque ao PT. “Apoio voluntário é algo que o PT desconhece
e não aceita”, escreveu. Ao site Antagonista, ele disse ainda que “não tem
controle” se tem empresário “simpático” a ele “fazendo isso”.
Seu adversário, Fernando Haddad,
acusou o militar de “tentar fraudar a eleição”. “Felizmente não deu (pra ele
vencer) no primeiro turno, senão isso tudo iria para debaixo do tapete”, disse
antes de evento em São Paulo. “O segundo turno tem que ser entre mim e Ciro”,
completou.



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