Empresários e ex-secretário da prefeitura admitem propinas
Em depoimento ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal criminal do Rio, o ex-secretário municipal de Obras, Alexandre Pinto, reafirmou que recebia 1% do orçamento de grandes obras em propina no período que antecedeu a Olímpiada de 2016.
O interrogatório antecedeu
ontem. O magistrado é responsável pelos processos em primeira instância dos desdobramentos
da operação Lava-Jato no estado do Rio. Alexandre Pinto foi alvo das operações
Rio 40 Graus e Mãos à Obra e é investigado pelo recebimento irregular de recurso
durante sua passagem pelo cargo.
Sete anos foi o período em que
Luiz Antônio Guaraná integrou secretarias na prefeitura do rio de Janeiro,
durante a gestão do ex-prefeito Eduardo Paes (DEM). (FOTO: FOLHA)
O secretário era o responsável
pela pasta durante a gestão do ex-prefeito Eduardo paes (ex-DEM), agora dem),
que concorre ao governo do estado nessa corrida eleitoral. Pela primeira vez, o
antecessor de Pinto na secretaria, Luiz Antônio Guaraná, foi citado por receber
propina de empresas que prestavam serviços no município.
Propinas em grandes obras
Um porcento era a taxa de propina
cobrada nas obras do Rio. Como as construções envolviam grandes orçamentos, os
valores são milionários. (FOTO: ...)
Atualmente, Guaraná é conselheiro
do TCM (Tribunal de Contas do Município). Antes, foi vereador e ocupou a Chefia
de Gabinete e as pastas de Obras e Casa Civil. Em nota, o citado negou
envolvimento em atos ilícitos. Também em juízo, o empresário Celso Reinaldo
Ramos, fornecedor de material de construção, afirmou que houve propina em
grandes intervenções realizadas pela Prefeitura do Rio. Ramos relatou
irregularidades nas seguintes obras: BRTs TransBrasil, Transoeste e
Transcarioca; reforma do estádio do maracanã, programa Asfalto Liso; e execução
da pavimentação da Linha Vermelha.
Após cassação, defesa de Sérgio
Côrtes vai recorrer.
Côrtes foi secretário durante
gestão Sérgio Cabral. (FOTO: ABRIL VEJA)
Após ter o registro no Cremerj
(Conselho regional de Medicina do rio de Janeiro) cassado, o ex-secretário de
estado de Saúde, Sérgio Côrtes, vai tentar normalizar a sua situação para
exercer a profissão. A defesa do político já informou que vai recorrer ao CFM
(Conselho Federal de Medicina). Côrtes está preso desde abril do ano passado,
acusado pela Lava Jato de integrar um esquema de corrupção que desviou cerca de
R$ 300 milhões dos cofres públicos durante a gestão do ex-governador Sérgio
Cabral (MDB). O ex-secretário, entretanto, ainda pode exercer a profissão
normalmente até que o processo seja concluído.
“O Conselho não tem atribuição
para cassar o regitro profissional pelos fatos atribuídos enquanto secretário
de estado. Na verdade, ele estava atuando em exercício político e não na
medicina”, afirma o advogado Danilo Botelho, encarregado pela defesa de Côrtes.
Em fevereiro, o ex-secretário acusado de fraudes em contratos da Organização
Social Pró-Saúde, ganhou habeas corpus do ministro do Supremo Tribunal Federal
Gilmar Mendes. Contudo, voltou a ser preso no fim do mês passado na operação
S.O.S., novo desdobramento da Lava Jato.
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