PSOL de MG terá primeira candidata transexual ao Senado


A professora Duda Salabert, de 36 anos, será a primeira candidata transexual do Brasil, pelo PSOL mineiro. O feito, segundo ela, que foi entrevistada pelo jornal O Estado de São Paulo, é para melhorar a educação e, também, para provocar, afinal, foi convidada pelo partido também para outros cargos. “Eu aceitei pelo caráter simbólico. Senado, na sua etimologia significa ‘senhores’. Se é um espaço feito para senhores, uma mulher travesti, disputando esse espaço, é extremamente provocativo”, afirmou.

O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou, neste ano, o uso do nome social pelas candidaturas de pessoas trans.

Salabert é presidente da Tranvest, uma organização não governamental sem fins lucrativos, que oferece cursos pré-vestibulares e de idiomas, gratuitamente, para travestis e transexuais. Mais de 100 pessoas são atendidas por ano. Além disso, o projeto pretende abrir cursos preparatórios para profissionais do sexo, ambulantes e camelôs do centro de Belo Horizonte.

A bandeira da educação surpreende no lugar da luta pela igualdade de gênero. “Antes de militar como mulher trans, eu milito pela educação há mais de vinte anos“, conclui Salabert. Uma das propostas é o perdão da dívida do FIES (Fundo de Financiamento Estudantil).

Em 2017, a Associação Nacional de Travestis (ANTRA) registrou o assassinato de 179 pessoas trans, uma média de um homicídio a cada 48 horas. Sendo que a expectativa de vida de um travesti no Brasil ser de 35 anos. Em entrevista a página do youtube da Assembleia Legislatiza de Minas Gerais, Salabert falou que essa é outra provocação. “Dentro desse congresso mais conservador desde 1964, minha candidatura é ainda mais difícil, porém muito mais necessária. (…) O Senado é um lugar ocupado por homens mais velhos. Sendo a idade mínima para pleitear uma vaga, 35 anos. Ou seja, é mais do que a vida de um travesti. (…) Sem contar que o primeiro banheiro feminino foi criado no Senado agora em 2016”, enfatiza.

Duda Salabert concorre ao Senado com outra mulher, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Mesmo sendo crítica ao governo da petista, ela acredita que Dilma pode trazer votos da esquerda, o que é positivo por ter duas vagas a serem escolhidas. “Ela é o principal nome ao Senado. Não só por ser uma candidatura de mulher, mas porque ela pode trazer, para o Senado, votos à esquerda. Possivelmente, duas pessoas da esquerda vão ser eleitas este ano”, termina.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Bolsonaro participa no Chile de Cúpula Presidencial

Os incomodados que se mudem...

"Uma vez Flamengo, sempre Flamengo!!!"

As cagadas da TV brasileira....