Menina e Moça



É leda a flor que desponta
Sobre o talo melindroso,
E o arrebento voçoso
Crescendo em flóreo tapiz;
É doce o romper da aurora,
Doce a luz da madrugada,
Doce o romper da alvorada,
Doce, mimoso e feliz!

É bela a virgem risonha
Com seus músicos acentos,
Com seus virgens pensamentos,
Com seus mimos infantis;
Como enquanto enceta a vida
Que à luz sorri da existência,
Que tem na sua inocência
Da mocidade o verniz.

Vinga a flor a pouco e pouco,
Cada vez mais bem querida,
Tem mais encanto, mais vida,
Tem mais brilho, mais fulgor:
De cada gota de orvalho
Extrai celeste perfume,
E do sol no raio assume
Cada vez mais viva cor.

Assim à virgem mimosa,
Pouco e pouco, noite e dia,
Mais viva flor de poesia
do rosto lhe tinge a cor;
E um anjo nos meigos sonhos,
Do seu peito na dormência
Derrama o odor da inocência,
Um doce raio de amor!

Porque tudo, quando nasce,
Seja a luz da madrugada,
Seja o romper da alvorada,
Seja a virgem, seja a flor;
Tem mais amor, tem mais vida,
Como celeste feitura,
Que sai melindrosa e pura
Dentre as mãos do criador.

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