Ocidente rejeita Maduro como líder da Venezuela

Presidente toma posse para segundo mandato sob críticas de países que questionam sua legitimidade e pedem novas eleições. 


Nicolás Maduro recebe faixa presidencial na posse para um novo mandato como presidente da Venezuela — (Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, foi empossado ontem para seu segundo mandato, previsto para durar até 2025. Se depender da vontade de diversos países, porém, ele não deve chegar até lá. Cada vez mais isolado, o governo Maduro não é reconhecido por 13 dos 14 membros do Grupo de Lima (a exceção é o México, de Obrador), além da União Européia e dos Estados Unidos. Ontem mesmo, Equador e Peru retiraram diplomatas da Venezuela, o Paraguai anunciou o rompimento das relações com o país, e a OEA (Organização dos Estados Americanos) aprovou uma resolução qie considera o governo de Maduro ilegítimo. O documento foi assinado por 19 das 35 nações que integram a organização. 

"Celebramos o compromisso dos países das Américas ignorando o regime ilegítimo de Nicolás Maduro", afirmou o secretário-geral da OEA, Luis Almagro. Além disso, a resolução pede "a realização de novas eleições presidenciais com todas as garantias necessárias para um processo livre, justo, transparente e legítimo". Em nota, o Itamaraty informou que "Maduro iniciou novo mandato presidencial ilegítimo", e que "o Brasil reafirma seu pleno apoio à Assembleia Nacional". A união Euroéia lamentou: "A UE continua convicta de que uma resolução política democrática e pacífica é a única saída sustentável da crise venezuelana". 

O assistente para assuntos de segurança dos EUA, John Bolton, escreveu: "Continuaremos a ampliar a pressão sobre o regime corrupto, apoiar a democrática Assembleia Nacional e clamar por democracia e liberdade venezuelana". O presidente da Argentina, Maurício Macri afirmou que Nicolás Maduro tenta zombar da democracia. "A Venezuela vive sob uma ditadura", disse ele. 


"As pessoas da Venezuela não estão sozinhas, ainda estamos trabalhando para recuperar a democracia, os direitos e liberdades de todos". 
(Luis Almagro, Secretário-Geral da OEA). 

Fraude, inflação alta e escassez de quase tudo - até de liberdade

São várias as razões para a enorme rejeição do Ocidente a Maduro. A começar pelo próprio processo eleitoral que o manteve no poder. Ele foi reeleito em maio do ano passado, com 67,8% dos votos, numa eleição boicotada pela oposição, com alta abstenção (54%) e várias denúncias de fraude. A economia do país está em "frangalhos". maior produtor de petróleo do continente, a Venezuela fechou 2018 com uma inflação de de 1.698.844,2%. Faltam remédios e produtos básicos de higiene. O peso médio de 64% da população caiu 11 quilos em 2017 por causa da escassez de alimentos. 

No ambiente político, a situação não é diferente. Opositores foram presos ou vítimas de morte suspeita. E Maduro convocou uma nova Constituinte formada apenas de parlamentares governistas. Exausta, a população começou a fugir por conta da crise. A ONU estima que, até o final deste ano, 5,9 milhões de venezuelanos terão deixado o país. 

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