Governo quer obrigar formados em medicina de Universidades Federais a substituir cubanos
O governo federal estuda criar mecanismos para que estudantes de Medicina das universidades federais prestem um ano de serviços no programa Mais Médicos após formados.
Médicos cubanos devem deixar o país até o final do ano.
(FOTO: Jorge William/Agência O Globo/26-08-2013)
O governo estuda criar mecanismos
para que estudantes de Medicina das universidades federais prestem um ano de
serviços no programa Mais Médicos após formados. A proposta foi debatida em
reunião nesta segunda-feira entre os ministros da Saúde, Gilberto Occhi, e da
Educação, Rossieli Soares.
Os detalhes da medida ainda serão
estudados por um grupo conjunto das duas pastas, que vai elaborar mudanças no
programa Mais Médicos após a saída dos profissionais cubanos, que deixarão o
país em 20 dias . Será preciso analisar, segundo
fontes envolvidas diretamente nas discussões, quais fatores justificariam
exigir a contrapartida do estudante.
A ideia central é que o aluno do
ensino público federal devolva à sociedade o investimento que recebeu do
Estado. Mas colocar a participação no Mais Médicos como condição para todos os
graduandos seria de difícil implantação. As novas regras não devem valer para
os editais que saem nesta terça-feira e na próxima semana.
Uma saída seria exigir a
contrapartida dos estudantes que receberam algum tipo de benefício, além da
própria formação gratuita, ao longo da jornada acadêmica. De qualquer maneira,
o profissional recém-formado seria remunerado como todos os outros do Mais
Médicos.
Outra medida discutida pelos
ministros é fazer mais de uma edição por ano do Revalida, exame de certificação
de diplomas de médico obtidos no exterior. Hoje a prova, feita em duas fases,
chega a levar mais de 12 meses entre o edital e o resultado. A segunda etapa,
de conhecimento prático, é a mais difícil de ser aplicada.
Para driblar as dificuldades e
promover maior acesso dos participantes do Mais Médicos ao Revalida, o governo
quer credenciar instituições públicas e privadas de excelência em Medicina para
aplicar a prova prática. Além de hospitais ligados a universidades, unidades
particulares conveniadas ao SUS poderiam participar.
Outra ideia em pauta é fornecer
algum tipo de abatimento a médicos formados com o apoio do Fundo de
Financiamento Estudantil (Fies) que ainda não tenham quitado sua dívida. Além
da remuneração do programa Mais Médicos, eles teriam um desconto no valor que
ainda devem ao governo pelo crédito estudantil.
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