Pierrot

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Pierrot - disse-me um dia um Arlequim risonho -
Sai dessa nostalgia, deixa esse ar de sonho
e vem para a orgia, que é pleno o Carnaval.
Estruge o riso doido e é doida a bacanal !
Tudo chama ao prazer, tudo noss´alma aviva
no maior dos ataques de insânia coletiva !
Sai dessa solidão e salta para a rua
onde a alegria imensa de viver estua
de boca em boca, em claro riso franco;
deixa essa vestia negra e traja-te de branco.
Espera-te, cá fora, o amor de Colombina,
amor feito de luz e música divina
e que há de dissipar o tenebroso véu
em que teu coração, amaro, se escondeu.
Não queira ser jamais como te quis Verlaine:
Sê como te achou Benville; alegre, infrene !
Vem gargalhar na luz, não persista na treva,
Pois, deste mundo, Pierrot, nada se leva!

Eu porém, um Pierrot eleito da Descrença
Que só pensa na dor e na mágoa, que pensa,
apenas, no tristonho lado mal da vida,
deixei-me ali ficar, com a cabeça pendida,
buscando ver surgir, em meio às serpentinas,
uma só Colombina, entre mil Colombinas,
- tipo ideal sonhado em noites cruciais ! ...
por quem vivo morrendo há muitos carnavais !...

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